Experimentar. Sentir. Fotografar.

Entre os dias 23 e 25 de agosto, foi realizada no Espaço f/508 de fotografia, em Brasília, a Oficina Fotografia Contemplativa: A Beleza do Simples. Ministrada por Rodrigo Fernando Pereira, editor do Câmara Obscura, o curso teve como objetivo estimular nos participantes a flexibilidade, o mindfulness, o retorno ao presente e a aceitação, tendo como instrumento a fotografia. Através de técnicas como meditação, relaxamento e desconstrução da linguagem, criou-se o clima propício para uma saída de fotografia contemplativa no parque Olhos D’Água. A oficina contou ainda com a elaboração de haicais, uma forma de poesia oriental que leva ao contato com o aqui e o agora.

“A fotografia sempre ocupa um lugar que não o seu. Quando fotografamos uma viagem, a fotografia ocupa o lugar por onde passamos, quando fotografamos um evento, ela ocupa a memória daquele momento, quando fotografamos uma série, ocupa o lugar do “EU”. Hoje, assistindo a oficina “Fotografia contemplativa: a beleza do simples”, realizada no f/508 pelo Rodrigo Fernando Pereira, percebi que nesse momento a fotografia ocupou o seu próprio lugar: a poesia.”
Humberto Lemos

Confira alguns dos trabalhos realizados pelos participantes durante a oficina.

Fotografia contemplativa

A fotografia é uma atividade que envolve uma série de processos mentais. Pensamos no que fotografar, em que ângulo, com que luz, qual lente, que abertura, velocidade etc. Com isso, ao fotografar, temos em nossas mentes uma série de filtros, regras, expectativas e concepções. Tudo isso ocorre porque fotografamos querendo um certo resultado. A partir dessa expectativa, elaboramos todo um quadro mental de como obter esse resultado. Geralmente, acreditamos que temos que buscar algo fora do comum, que seja impressionante, impactante, chocante.

Embora seja necessária quando se fotografa profissionalmente, quando a fotografia é apenas um hobby toda essa atividade mental pode nos fazer facilmente perder o contato com o momento. Nos voltamos demais para dentro das nossas mentes, o que nos impede de viver de fato. Há uma proposta, entretando, que vai justamente na contramão desse estado de espírito ao fotografar: a fotografia contemplativa. Continue lendo “Fotografia contemplativa”