A Praça Roosevelt fica na região central de São Paulo, no início da Rua da Consolação e é atravessada, em seu subsolo, pela ligação Oeste-Leste (Minhocão). Embora tenha a localização prilivegiada e esteja cercada por bares e teatros, é um local altamente degradado e subutilizado pela população dos prédios residenciais vizinhos. Embora abrigue um batalhão da Polícia Militar, a sede da inspetoria da Guarda Civil, além de um supermercado e uma floricultura, a praça é um ponto de violência, exemplificado pelos casos de estupro ocorridos ali durante o ano passado.
Há na prefeitura um projeto de demolição e revitalização da praça, que está, no momento, sendo discutido com a sociedade. As obras caminham lentamente enquanto as modificações pretendidas são bastante criticadas, por não oferecerem mudanças substanciais nem oportunidade de transformar o espaço em um local que possa de fato ser aproveitado pela população. A praça está parcialmente destruída, enquanto as idéias sobre como restaurá-la não saem do papel.
Dentro desse contexto, estive lá na semana passada para fazer algumas fotos, já que a Roosevelt de fato é um símbolo das incongruências e dos conflitos que caracterizam a nossa vida urbana. Semi-destruída e frequentada por pessoas “mal-vistas” pelos moradores “de bem”, a praça tem como principal estrutura uma laje pentagonal de concreto que revela formas, linhas e sombras com a cara de São Paulo.