No post de hoje, abro uma exceção e, em vez de publicar um texto próprio, posto a tradução, feita por mim, de um post do blog mnmlist.com, de Leo Babauta. O artigo fala de consumo e da forma como lidamos com as marcas na nossa sociedade. Esse é um tema muito apropriado para alguns grupos de fotógrafos e suas comunidades, que tendem a valorizar mais o equipamento do que a criatividade. Que adoram entrar numa loja de câmeras, mas raramente vão a uma exposição de arte. Que adoram ostentar as marcas que defendem, mas cuja fotografia diz muito pouco.
Anúncios Ambulantes
O minimalismo é uma contrapartida à tendência de transformar pessoas em puros consumidores, em commodities, em um mecanismo de mercado.
Perdemos a noção da simples verdade de que não precisamos de nenhum desses produtos que os marqueteiros e publicitários nos empurram.
Nos esquecemos de que precisamos de muito pouco, então compramos demais.
E não nos damos conta do fato de que as corporações nos usam como ferramentas de publicidade e marketing.
Considero isso perturbador. É perturbador, em primeiro lugar, que sejamos usados dessa forma, mas mais perturbador ainda é que não percebamos isso e participemos voluntariamente desse processo.
Quando vestimos ou usamos itens com os logos e slogans das companhias cujos produtos utilizamos (Apple, Nike, Prada, Gucci), estamos fazendo propaganda pra eles. Somos anúncios ambulantes. Quando tuitamos sobre seus novos produtos, não estamos apenas compartilhando coisas legais com nossos amigos, estamos agindo como marionetes. Quando postamos reviews de novos aparelhos — ou os lemos diariamente — não estamos apenas compartilhando e pesquisando informações úteis, estamos fazendo parte da máquina de marketing.
Sou tão culpado quanto qualquer um, mas acho que é hora de refletirmos sobre isso.
Não sejamos marqueteiros para as companhias, não importa quão legais achamos que elas são. Não vamos nos identificar com o que compramos e usamos, mas com aquilo que criamos e com a forma através da qual ajudamos os outros.
Rejeitemos a propaganda como a forma dominante de conversação nesses dias, e rediscubramos a verdadeira interação humana.
Acho que não apenas merecemos; precisamos disso.
Para conferir o original em inglês, clique aqui.
O problema é o pessoal encontrar tempo para refletir. 🙂
Como um apoio e algumas informações mais detalhadas, sugiro uma leitura em: Obsolescência Programada, você participa?. E, se possível, peço que assistam aos dois vídeos. Vale a pena.
Acho que já lhe disse considerar a publicidade o mecanismo fundamental de escravização dentro desse sistema de procução e consumo.
Mas penso também que esta é a forma histórica da nossa vida. Não nos livraremos dela só por decisão nossa.
Ostentamos diversas marcas por aí. Em nossas roupas, acessórios, carros… E, quando indagados ao telefone, por exemplo, dizemos sou DA empresa tal (ou seja, pertenço a ela). Nós vendemos nossa força de trabalho por um preço (é isso que significa o contrato de trabalho) – nós não SOMOS a empresa – por melhor que ela seja.