Em uma época em que a originalidade deixou de ser sinônimo de qualidade e em que as imagens pasteurizadas e irreais são dominantes, parece difícil achar os caminhos para produzir algo significativo através da fotografia. Com a rede abarrotada de fotos, o novo e o espetacular são armadilhas que, na verdade, significam apenas mais do mesmo. Mais e mais vejo, em resposta a essa condição, fotógrafos voltando-se para os eventos rotineiros de seu dia-a-dia, de suas famílias, amigos e entes queridos, muitas vezes criando com sucesso uma fabulosa estética contemporânea.
Pode ser um simples viés em relação às fotos a que tenho acesso, mas tenho visto essa abordagem melhor trabalhada em fotógrafos de outros países do que entre os brasileiros — exceção feita ao Gustavo Gomes. Talvez seja por uma percepção diferente da rotina ou porque ainda estejamos mais presos em modelos publicitários e jornalísticos, que nos levam à tendência de travestir o cotidiano em espetáculo. A beleza do trivial não precisa de um traje de gala. Precisa, apenas, ser percebida.
Escolhi algumas fotos que traduzem esse movimento. E não acho que voltar-se para si mesmo leve a uma produção menos significativa. Até porque não há nada mais universal do que as particularidades de cada vida humana.
Gostei muito da foto de Eduard Germis, menos pela composição do que pelo esmero no contraste e na prof. de campo.
[…] interesses, especialmente quando não estão trabalhando, numa fotografia mais íntima, trivial, cotidiana. Nessas fotos, em vez dos temas e ângulos hiperbólicos, os autores se voltam ao banal e buscam […]
Essa foto da Lis está maravilhosa. Gostei de suas cores, de sua luz. Me fez lembrar de minha infância…
[…] interesses, especialmente quando não estão trabalhando, numa fotografia mais íntima, trivial, cotidiana. Nessas fotos, em vez dos temas e ângulos hiperbólicos, os autores se voltam ao banal e buscam […]