Aparentemente, o fotoclubismo no Brasil tem ganhado força nos últimos anos por conta da popularização da fotografia digital. Muitas pessoas têm interesse em aprofundar o conhecimento na área ou de se reunir em grupos para trocar idéias e fotografar. A Confoto, entidade que reúne parte dos fotoclubes existentes, tem mais de 40 filiados.
Além de estarem distribuídos em várias regiões do Brasil, os fotoclubes apresentam formações e propostas heterogêneas. Um dos clubes que têm atividades diferenciadas, por inclinar-se à fotografia autoral e no trabalho com a comunidade, é o fotoclube F/508, de Brasília.
Entre os projetos sociais, o clube realizou o “Retratando com a Alma”, oficina com deficientes visuais e “Espelho da Memória”, que tem como objetivo a inclusão visual dos habitantes da periferia de Brasília. Atualmente, o grupo está engajado no retrato das dificuldades enfrentadas por deficientes físicos e idosos no cotidiano, proposta denominada “Corpo Cidadão”.
Dentro dos projetos internos do clube há exposições e um livro, o “Ensaios Um”, que me foi enviado pelo coordenador do clube, Humberto Lemos. A publicação reúne trabalhos dos fotógrafos Camila Martins, Cristiano Peçanha, Flora Egécia, Janaína Miranda e Rodrigo de Oliveira. As séries, todas em preto e branco e com apoio em texto poético, demonstram afinidade pela exploração conceitual da fotografia. Por e-mail, Lemos explica os porquês da proposta diferenciada e da produção de qualidade do 508:
O f/508 nasceu há dois anos em decorrência de um curso bastante extenso que ministrei na época. Talvez o seu diferencial seja exatamente esse, ter nascido da união de pessoas que queriam continuar aprendendo e não de fotógrafos já profissionais. O F/508 não discrimina uma cybershot ou pessoas que querem somente ter o prazer de fotografar.
Hoje somos um grupo de 20 fotógrafos, com alguns em vias de se profissionalizar. Em nossas reuniões semanais discutimos alguns projetos sociais e culturais, antropologia visual, semiótica aplicada à fotografia, desconstrução do olhar, imersões técnicas.
Ou seja, a qualidade das atividades do fotoclube se baseiam no perfil dos membros que, por não serem profissionais e por terem se formado em um curso, podem estar mais abertos à experimentação, a usos alternativos da fotografia — inclusive como ferramenta de atuação social — e a um desenvolvimento da linguagem. Além disso, o clube parece funcionar com pouca burocracia e uma imersão na fotografia que se dá tanto pela prática como por estudos teóricos.
Para conhecer o F/508, acesse www.fotoclubef508.com.
Ol? Rodrigo,
Ficamos lisonjeados com a refer?ncia em seu site. Muito obrigada pelo espa?o. A partir do m?s que vem lan?aremos uma e-revista experimental, a Dephot, e promoveremos algumas interven??es urbanas em Bras?lia com apoio da UNE e UnB. Manteremos contato.
Abra?os em nome do Humberto e de todo o grupo.
Att.
Jana?na Miranda