Sempre leio que fotografar com filme acaba sendo desanimador por conta dos custos, que teoricamente não existiriam no digital. Embora os equipamentos digitais sejam mais caros, o filme requer gasto constante. Fiquei curioso e resolvi colocar na ponta do lápis essa diferença de custos. Vamos pensar na situação em que o fotógrafo é amador, ou seja, não fotografa em “escala industrial”, situação em que claramente o digital leva vantagem.
Suponha que se resolva adquirir uma DSLR de entrada, como Nikon D50 ou Canon XT. Gastaria-se em torno de R$ 2300 no mercado “paralelo”. Em contrapartida, podemos encontrar câmeras reflex analógicas de qualidade por 250 reais (Zenits, Pentaxes e Minoltas). Há aí uma diferença de 2050 reais. Quantas fotos com filme seria possível fazer com essa diferença?
Um rolo de Proimage: R$ 7
Revelação e impressão em 10×15: R$ 25 (média)
Custo por foto: 25+7=32/36= R$ 0,89
Ou seja, com os 2050 reais de diferença no equipamento seria possível fotografar e imprimir 2303 fotos com filme. Isso significa que o filme só passaria a ser mais caro do que o digital a partir desse ponto, isso supondo que com o digital não se imprima nenhuma foto.
Agora, supondo que se tanto com o digital como com o filme se imprima o mesmo número de fotos, a diferença vai ficar apenas no custo do filme, uma vez que as impressões geralmente custam o mesmo a partir de negativo ou arquivo digital. Com isso, a diferença entre um sistema e outro seria de R$ 0,20 por foto (R$ 7/36). Com os R$ 2050 de diferença entre os equipamentos, o filme só passaria a ser mais caro a partir de 10250 fotos impressas.
Com isso, percebe-se que se a quantidade de fotos não é elevada, a fotografia com filme pode ainda ser uma opção de custo benefício interessante para quem não dispõe de dinheiro suficiente para comprar uma reflex digital ou que gosta de filme mas se assusta com os custos. Outro fator que poderia entrar nessa conta é a depreciação dos equipamentos, mas como há um abismo nesse sentido entre digital e filme, fica difícil comparar.