Parece sempre ter existido um impulso humano para obter aquilo que só a fotografia conseguiu realizar: a de fixar, no tempo, um traço de algum elemento real, como o rosto de uma pessoa ou uma paisagem. Quando se anda para trás na história da fotografia, ela não caminhará em direção à pintura, mas mais especificamente a essas outras tentativas de representação do real que às vezes caminham com a pintura, e em outras se afastam totalmente.
Um exemplo é o de Etienne de Silhouette (1707-1767), ministro de Luís XV que desenvolveu uma técnica para desenhar e cortar do papel a forma projetada do rosto de pessoas. Uma vela era colocada do lado da pessoa e uma folha de papel do outro, próxima do rosto. O desenhista poderia ficar atrás da folha e delinear os contornos da sombra projetada. O resultado era recortado e geralmente enquadrado, se tornando uma moda na época.
O termo “silhueta” origina-se dessa prática. Ainda hoje há quem faça esse tipo de trabalho e mantém viva a técnica (consultar links nas referências). As silhuetas mostram uma etapa da evolução no desafio de se capturar traços do real e poder mantê-los, possibilitando, já nessa época, que as pessoas tivessem a sua imagem de um determinado momento marcados para toda a vida.
Referências
Wikipedia (2006). Silhouette. http://en.wikipedia.org/wiki/Silhouette
Arnold, T. (2002). The silhouette man. http://www.silhouette-man.com/index.html
The Jane Austin Magazine (2006). Period lighting and silhouette making. http://www.janeausten.co.uk/magazine/page.ihtml?pid=391&step=4
E-How.com (2006). How to cut a silhouette. http://www.ehow.com/how_16736_cut-silhouette.html
Publicado originalmente no Multiply.