O impacto da fotografia no meio ambiente

“O futuro não é mais como era antigamente”, diz a música. De fato. Se nos anos 60, com os Jetsons e a corrida espacial o futuro parecia ser um lugar em que a humanidade atingiria seu ápice, conquistando o espaço, subjugando as dificuldades e obtendo grande conforto num ambiente limpo e minimalista, hoje as previsões são diferentes. As mudanças climáticas, a destruição de florestas e formas de vida projetam um futuro sombrio. Andando pelas ruas, vemos cada vez mais pessoas sozinhas trafegando com seus carros excessivamente grandes – e consequentemente devoradores de combustível – uma ilustração do individualismo estímulado pelo capitalismo e que poderá dificultar muito a vida das próximas gerações.

Será que paramos para nos preocupar o quanto os nossos hobbies são agressivos com o meio ambiente? O quanto a fotografia pode ter um impacto negativo para o planeta? Essa é uma pergunta que não pode ser varrida para debaixo do tapete, já que há poucas atividades tão universais quanto fotografar. Vamos olhar para isso com uma perspectiva ambiental.

Nesse aspecto, a fotografia analógica é um desastre. Os materiais usados para a fabriação e revelação dos filmes são altamente tóxicos. E você não precisa usar filme para ter problemas com o impacto da fotografia química. Se você manda suas fotos digitais para revelação num laboratório, estará utilizando os mesmos químicos cancerígenos na revelação do papel fotográfico. Uma atitude responsável do laboratório seria descartar essas substâncias utilizadas na revelação de uma forma adequada. Você já pensou em perguntar ao seu laboratório como eles fazem isso?

Philippe Leroyer
Philippe Leroyer

Se você revela filmes em casa, deveria saber que os químicos utilizados não devem ser descartados no esgoto, simplesmente. Entre outros problemas, eles contém uma grande quantidade de prata, o que contamina rios e cursos de água. Eu não sei como descartar esses materiais sem causar impacto na natureza. Entrar em contato com a secretaria de meio ambiente da sua cidade para saber como fazer isso é uma alternativa. Mas talvez o melhor seja simplesmente parar de revelar filmes em casa. Ou parar de fotografar com filme, simplesmente.

Agora, se você apenas fotografa com o sistema digital e não tem o costume de revelar fotos, também não está livre de causar um impacto negativo no planeta. Especialmente porque a fabriação das câmeras e eletrônicos em geral utiliza uma série de produtos químicos nocivos, como chumbo, além da grande quantidade de energia. O plástico e o metal dos eletrônicos não deve ser descartado no lixo comum e sim encaminhados para centros de reciclagem de eletrônicos. Outro problema das câmeras são as baterias, que contém materiais tóxicos como cádmio. É muito importante que as baterias de câmeras e celulares, assim como pilhas alcalinas, não sejam jogadas no lixo comum.

Embora a fotografia digital seja muito mais ecológica do que a fotografia analógica, isso depende muito dos nossos hábitos de consumo, pois o dano que ela provoca ao meio ambiente está na sua produção e descarte. A frequência e quantidade com que consumimos ou trocamos nossos eletrônicos determina o quanto contribuímos para esses ciclos. Os fabricantes tentam estimular ao máximo que troquemos nossos equipamentos, através de obsolescência programada ou percebida, dificultando consertos, deixando de oferecer peças para reposição. Cabe a nós ter crítica em relação ao consumo, não apenas pela preocupação com o ambiente, mas também com nós mesmos: não é nos bens materiais que vamos encontrar a felicidade que procuramos, por mais que as propagandas tentem nos convencer do contrário.

Comprar: a solução para todos os problemas

Costumo frequentar fóruns e listas de discussão sobre fotografia. É comum que as pessoas acessem esses espaços para tirar dúvidas sobre qual câmera comprar. Mas é surpreendente que mesmo aqueles que fazem outros tipos de pergunta possam ter como resposta uma lista de compras. Duas situações recentes: uma usuária pergunta: “o que posso fazer para tirar melhores fotos num ambiente com pouca luz?”. A resposta, simples: “compre outra câmera”. Outra pessoa quer entender porque a abertura de sua lente zoom não é sempre a mesma. De alguma forma, essa dúvida singela leva alguém a responder: “compre outra lente”. Como assim?

Comprar se tornou a solução para tudo. Trocamos de câmera sem sequer aprender a extrair todo o potencial que cada modelo descartado nos oferece. Há fotógrafos da agência Magnum que usam compactas, mas a maior parte dos amadores tem conjuntos com câmeras que vão muito além de suas necessidades. Você pode argumentar: “a pessoa pode fazer o que quiser com o dinheiro dela, isso não tem nada a ver comigo”. Será? O fato é que esse padrão de consumo desenfreado afeta a vida de muitas pessoas, inclusive a minha e a sua. O uso de recursos naturais para produzir o que consumimos vai muito além do que o planeta dá conta, além de levar a impactos sociais que talvez você nem imagine. O seu smartphone tem relação direta com o massacre de pessoas no Congo, por exemplo.

No Brasil, reclamamos muito dos custos de câmeras, lentes e outros aparelhos eletrônicos. Atacamos o governo pelos impostos que julgamos abusivos e tomamos o crescimento econômico como algo inquestionavelmente positivo. No entanto, as coisas já são baratas demais, pois os custos sociais e ambientais não são cobrados de quem compra, e sim das populações que sofrem com a extração de materiais e o desmatamento. Na verdade, as coisas deveriam custar muito mais. Desta forma, pensaríamos mais antes de consumir, usaríamos menos recursos e descartaríamos muito menos lixo. E o governo talvez devesse aumentar os impostos para frear o consumo, e não diminui-los. É claro que isso não acontecerá porque o nosso sistema não tem alternativa a não ser consumir sempre mais, até que devore a si mesmo.

Meliha Tunckanat

Mesmo com os preços dos nossos equipamentos e carros muito mais altos dos que, por exemplo, os dos americanos (que inveja deles!), não abandonamos a nossa sede de consumo. Felizmente podemos tomar dívidas e usar nossos cartões de crédito para comprar coisas de que não precisamos e que acabam com os recursos que serão necessários para a sobrevivência das próximas gerações. E, para pagar nossas dívidas, podemos sempre trabalhar mais. Abrir mão de férias, fins de semana, fazer hora extra. Para sustentar nossa fixação por coisas, vendemos a única coisa que de fato temos: o nosso tempo, que poderia ser gasto com nossas famílias e entes queridos, em atividades que não envolvam gastos.

Mas isso não é interessante para as corporações que, através da publicidade, convencem-nos de que vale a pena deixar de viver para ter. Com o esforço dos anúncios e do incentivo a um estilo de vida voraz parece absurda a ideia de optar por trabalhar menos, ganhar menos, crescer menos (enquanto país) e ter menos. Afinal de contas, ter se tornou quase uma medida universal na nossa sociedade. O seu sucesso é medido pelo quanto você tem. O seu amor é medido pelo valor do presente que você dá. Se no Natal você der um presente barato, ou pior, apenas um cartão ou um abraço para alguém com quem se relaciona, essa pessoa pode achar que você não gosta ou não se importa com ela. Mas dê algo caro e ela não terá dúvidas do seu sentimento.

De alguma forma, comprar se tornou uma grande resposta. A fotografia é um prato cheio para os consumistas – para alegria dos fabricantes de câmeras – pois há sempre novas necessidades a serem criadas e novos equipamentos a serem vendidos. Afinal de contas, tem sempre aquela foto perfeita que buscamos e nunca conseguimos. Mas espere! Com o novo modelo que faz 50 fotos por minuto, fotografa com luz negativa e detecta o sorriso de uma ave a um quilômetro de distância, você conseguirá obter a sua foto perfeita. Apesar do nosso entusiasmo inicial, lá no fundo percebemos que já ouvimos essa promessa antes, muitas vezes. E sabemos que ela não foi cumprida. Será que algum dia vamos acordar?

P.S.1: Antes que você pergunte, tenho a mesma Pentax K100D, de seis megapixels, desde 2007. E ainda assim, de tempos e tempos, me questiono se não foi uma compra desnecessária.

P.S.2: A ótima foto que ilustra esse post foi feita por Meliha Tunckanat com uma Olympus Trip 35 e filme Kodak Gold.

Publicidade: podem os fotógrafos lavar as mãos?

Não é difícil perceber que o preço que a sociedade de consumo cobra pelo conforto e pela tecnologia é alto demais. Podemos encarar essa questão de acordo com diversos pontos de vista. Em relação à ecologia, vemos que, embora os alertas em relação ao meio ambiente já estivessem sendo dados há muito tempo, só mais recentemente começamos a sentir as consequências. Há também um ponto de vista social, no qual argumenta-se que o modelo econômico baseado no consumo como é hoje acentua as diferenças entre as camadas da população. Do ponto de vista ideológico, afirma-se que o sistema capitalista, que tem o consumo como seu motor, impede que a democracia ou a igualdade sejam plenas.

Todos esses pontos de vista são válidos. No entanto, eu, como psicólogo, interesso-me por como os mecanismos da sociedade de consumo afetam a vida dos indivíduos e o seu bem estar. Hoje, não somos vistos como cidadãos, ou como indivíduos, e sim como consumidores. Se nos compararmos com as pessoas de dez, vinte ou cinquenta anos atrás, percebemos facilmente que consumimos muito mais. Os itens de consumo duram cada vez menos e são substituídos cada vez mais rapidamente. Isso é facilmente perceptível olhando para o intervalo entre os lançamentos entre câmeras dos principais fabricantes. As primeiras Nikon F ficaram em produção por 10 anos. Agora, vejamos quantos modelos são lançados em apenas um ano. A questão é: somos mais felizes do que a dez, vinte ou cinquenta anos?


Candice Wouters

Não somos, porque toda a questão do consumo depende disso. Se fôssemos mais felizes, consumiríamos menos, o que não pode acontecer. E qual o fator determinante para que não estejamos satisfeitos, tendo tanto conforto e tecnologia à disposição. Não quero ser reducionista, mas acredito que um dos fatores fundamentais é a publicidade. Basicamente, a publicidade, para atingir seus objetivos, precisa nos imbuir de uma sensação de falta, falta essa que só será suprida com um produto. Ou seja, os anúncios implicam o tempo todo no fato de que não podemos ser felizes, nem satisfeitos – a menos que consumamos. No entanto, se o consumo realmente fosse suficiente para nossa satisfação, não precisaríamos continuar consumindo tanto, e teríamos mais satisfação. Acontece que é muito difícil nos satisfazermos com posses materiais, inclusive porque a própria publicidade nos diz que o que acabamos de comprar já não é mais suficiente.

Quem trabalha com publicidade geralmente tem alguns argumentos contra essa percepção. Diz-se, por exemplo, que o marketing e os anúncios apenas refletem aquilo que o consumidor quer e que não se criam necessidades, apenas descobrem-se. No entanto, o que vemos na prática é diferente. As pessoas chegam a extremos para perseguir um padrão alardeado pela mídia que é simplesmente inatingível. Vejo também nos pacientes que atendo a angústia por não conseguir se encaixar em certos modelos midiáticos. Podemos perceber que a publicidade não está apenas nos anúncios, mas nas novelas, filmes, revistas e programas de TV em geral, constantemente criando modelos que as pessoas tendem a seguir. E não só as pessoas que não os atingem que sofrem. Nos raros casos em que as pessoas conseguem, por um momento, sentir-se dentro do padrão, isso também causa angústia e ansiedade tremendos, pois é dificílimo manter esse nível irreal de exigência. Basta ver quantas modelos são acometidas por transtornos alimentares. Então, quando os publicitários dão de ombros e negam ter todo esse poder sobre as pessoas, penso que é uma tremenda hipocrisia. Se não tivessem, não seriam gastos milhões e milhões em publicidade. Campanhas de marketing não raro custam mais caro do que os custos de produção de certos produtos: pagamos mais pelo anúncio do que pelo item em si.


Alex Glickman

Como esses modelos são basicamente visuais, a fotografia tem um papel importante. É através dela que se criam as ilusões dos produtos e vidas ideais que geram o consumo. No entanto, por que, ao fazer uma foto publicitária, não basta ir até o supermercado mais próximo e fotografar o produto? Por que é necessário ter estúdios com esquemas complexos de luz, flashes, lentes e câmeras caríssimas, pós-produção etc? Porque o produto real, que está na prateleira do supermercado, não é suficiente. É preciso ir além, criando uma imagem perfeita, ultrarreal, cuja função é eliciar o desejo e salientar a sensação de falta no observador.

Pode o fotógrafo lavar as mãos em relação à sua contribuição para esse sistema? É claro, ele irá argumentar que não foi ele que determinou que as coisas sejam como são, e que está apenas fazendo o seu trabalho. Ou, ainda, que se ele não fizer, outro fará. É claro que eu não tenho o direito de julgar a forma como as pessoas ganham suas vidas, ainda mais quando se trata de um trabalho honesto. Muitas vezes nem temos clareza das dimensões que a nossa atividade profissional pode atingir numa perspectiva mais ampla. Não obstante, acredito que existam algumas pessoas que têm uma visão crítica sobre o estado de coisas, sobre o modelo social em que vivemos. Que percebem, ainda, que podemos mudar muito pouco do sistema através do voto, já que os candidatos viáveis são aqueles comprometidos com o poder econômico e que a máquina governamental é desenhada para se limitar a escolhas menores. Para essas pessoas, talvez valha a pena refletir se adianta reclamar do governo ou culpar os outros. Uma das alternativas se dá através da análise do próprio meio de vida, considerando como ele afeta as pessoas e a si mesmo. E aí, se você for um fotógrafo publicitário e ao mesmo tempo alguém preocupado com as outras pessoas e com a sociedade de forma geral, talvez valha a pena parar para pensar. Você pode ter mais poder nas mãos do que imagina. O que você vai fazer com isso?

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P.S.2: Esse artigo foi inspirado no texto free of advertising, do blog mnmlist (em inglês).

Fotografia: tributo à impermanência

A psicologia diz que o ser humano, ao se comportar voluntariamente, o faz basicamente por dois motivos: obter consequências agradáveis ou evitar/fugir de situações desagradáveis. Cada ação humana, no entanto, é muito complexa e geralmente tem múltiplos fatores envolvidos. Mas as premissas básicas são essas. Não seria demais dizer que, em geral, passamos os nossos dias buscando prazer e fugindo da dor. Quando não conseguimos evitar as situações que nos incomodam, nos sentimos tristes e irritados.

Mas qual é a nossa tendência ao nos encontrarmos numa situação prazerosa, como estar com alguém querido, assistir a um bom filme ou contemplar uma paisagem visualmente estimulante? O movimento é de tentar perpetuar o momento, buscar garantias de que ele continuará ou se repetirá. É muito difícil simplesmente nos satisfazermos com a situação em si: preocupamo-nos com o futuro e com formas de fazer que ela, de alguma forma, dure para sempre. Na nossa cultura, somos lembrados disso o tempo todo. Consumimos desenfreadamente a fim de buscar a satisfação que, quando ocorre, dura muito pouco; na tentativa de perpetuá-la ou mantê-la, voltamos a consumir, num ciclo sem fim.


Justin De La Ornellas

Dentre os diversos aspectos da fotografia – ou, nesse caso, do fotografar – está justamente essa tentativa de manter as coisas como elas são num determinado momento especial. Quando viajamos, nos deparamos com diversos cenários que nos causam boas sensações, seja pelo espetáculo visual, cultural ou histórico. E tentamos levar um pouco disso conosco, através das fotografias. Quando estamos numa festa ou numa reunião de amigos, fotografamos, em parte, em função do desejo de manter um pouco da alegria que é se estar com as pessoas de quem gostamos.

Entretanto, nada dura para sempre. A forma de ser do mundo é a mudança, a finitude das situações, das relações e até mesmo da natureza em si. Ao nos darmos conta disso, chega a ser irônico que utilizemos um dispositivo que captura uma fatia ínfima do tempo – a câmera fotográfica – na tentativa de perpetuá-la. A fotografia, então, é tão antagônica à natureza de constante mudança das coisas que acaba reforçando a ideia de impermanência. Ao olharmos uma foto, ainda na câmera, no instante seguinte em que ela foi tirada, já podemos ver que aquilo já não existe mais. Cada fotografia torna-se, então, imediatamente, um tributo à impermanência daquilo que ela retrata. Não é à toa que alguns autores associam a fotografia com a morte: de certa forma, ela é um atestado de óbito, ainda que apenas de um determinado momento.

Câmeras viraram “gadgets”

Há dez anos, quando a fotografia digital começou a se tornar uma realidade para o mercado, as câmeras — e consequentemente as fotos produzidas por elas — ainda eram muito inferiores às de filme, no que se refere à qualidade. Lembro de usar, nessa época, durante a minha graduação, uma Sony Mavica que gravava imagens de 640×480 pixels em um disquete. Ainda tenho algumas fotos daquela época e vejo que são do nível de fotos de celulares de três ou quatro anos atrás.

Pois bem, a partir desse momento, a fotografia digital evoluiu rapidamente. Em cinco anos, já havia atingido um padrão de qualidade que permitia substituir o filme na maior parte das aplicações. Os fabricantes, durante esse período, concentraram-se principalmente em aumentar a resolução, que era a maior deficiência das câmeras digitais, mas também trabalharam no sentido de fornecer arquivos com mais latitude, menos ruído e diversos formatos.

Chegou-se, então, a um ponto em que as câmeras digitais chegaram num patamar que, para a grande maioria dos usuários, era satisfatório. Com uma câmera de 8 megapixels é possível fazer boas ampliações em quase todos os formatos mais utilizados, há um bom nível de captura de detalhes, cores e luzes, com toda a praticidade do digital. A partir daí, para o consumidor comum, não se justificaria mais o desenvolvimento em termos de aumento de resolução e melhora da qualidade de imagem (embora isso sempre seja justificável para aplicações profissionais ou para maníacos por equipamentos).

O que vemos, no momento, é justamente uma guinada no desenvolvimento dos equipamentos de uso amador. Não se fala mais em câmeras com mais resolução, mais qualidade ou melhor para fotos com pouca luz. Temos, em vez disso: câmeras que fotografam sozinhas (como a Sony Party Shot), que fazem panorâmicas automaticamente, que possuem visor frontal para que se possa tirar “autofotos” melhores, que filmam em alta definição, GPS, wi-fi, entre muitos outros “diferenciais” do mercado. Torna-se claro, então, que os fabricantes estão buscando agregar valor a seus produtos oferecendo recursos supérfluos, que pouco têm a ver com a fotografia em si.

O que se pode concluir ao observar esse movimento é que até pelas atitudes dos fabricantes, fica claro que você não precisa de uma nova câmera, a menos que você esteja pretendendo mudar de categoria (por exemplo, trocar uma compacta por uma reflex). Se não for o caso, a sua câmera digital, mesmo que tenha lá seus três ou quatro anos, já faz muito bem aquilo a que se propõe: tirar fotos. Câmeras mais novas oferecerão muito pouca diferença na qualidade das imagens, embora venham com uma série de recursos adicionais embutidos. Ou seja, elas valem a pena apenas se você é um louco por gadgets, mas não se justificam para alguém que queira apenas fotografar e aperfeiçoar a sua fotografia.